terça-feira, 6 de junho de 2017

Vivenciando a maternidade e a paternidade antes e após a chegada do bebê



                                                            Fonte: imagem do google

Este texto é dedicado aos casais que estão grávidos e também aos que já estão exercendo a paternidade e maternidade após o nascimento do bebê. O que mudou na vida de vocês com a notícia da chegada do bebê? Quais são as expectativas e angústias? Como é a vida de casal após a chegada da criança? E a divisão das tarefas?
A gravidez, sem dúvida é um período de grande transformação na vida de um casal e as mulheres vivenciam muitas transformações físicas, hormonais e psicológicas. Mas a ideia aqui não é dar ênfase à mulher, mas ao casal. Sim, quero priorizar o casal porque culturalmente todas as preocupações são direcionadas à futura mamãe e à criança, sendo que o futuro papai também tem tem suas expectativas e angústias, já que a vida dele também está em processo de mudanças, que geralmente são ignoradas.
Muitos pais gostariam de participar mais da gestação de suas companheiras e do período pós parto, mas infelizmente não conseguem dispensa do trabalho para acompanhá-las nas consultas e exames e a licença paternidade de apenas 5 dias também é outro dificultador para o fortalecimento do vínculo entre mãe, pai e filho.

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A maioria das empresas no Brasil não compreende a importância da presença do pai no pré-natal e após o nascimento do bebê. Incentivar a participação paterna, dispensando o funcionário para ir às consultas com a companheira e aumentar o tempo de licença paternidade pode inclusive aumentar a satisfação deste com a empresa e, consequentemente a sua produtividade. Para a mulher é de suma importância a presença do seu companheiro,por proporcionar mais segurança e tranquilidade, além de fortalecer o vínculo familiar.
Os casais devem conversar bastante e compartilhar o que sentem e o que esperam com a chegada da criança, já que trata-se de uma fase que produz muitas transformações na vida dos dois. As mulheres podem ter dúvidas como: vou ser uma boa mãe? será que vou conseguir conciliar a maternidade com minhas outras atividades? Também podem surgir inseguranças relacionadas à imagem corporal, por não se sentirem mais desejadas, e também ao parto, por temerem complicações, possíveis doenças que o bebê pode ter e também a morte. Por outro lado, os homens temem pela saúde da mulher, da criança e quando o parto se aproxima, também podem sentir medo da morte da companheira e do filho. Outra preocupação é referente à sua capacidade em prover tudo o que for necessário à família, já que carrega o "fardo" de provedor do lar, construído socialmente.
Se você, homem, vai ter um filho e não pode ir às consultas do pré-natal e aos exames de ultrassonografia, anote todas as suas dúvidas e peça para que sua companheira pergunte ao médico que acompanha a gestação.
Falem sobre a consulta e as dúvidas quando estiverem juntos, compartilhem cada momento. Acariciem a barriga, conversem com a criança, expressem o amor que sentem por ela, mesmo que ainda não seja possível vê-la, pois a formação do vínculo é fundamental para o desenvolvimento psíquico do bebê.



                                                            Fonte: imagem do google

O modelo da nossa sociedade ainda é predominantemente patriarcal, sexista e machista. Contudo, os papeis familiares estão se modificando cada vez mais devido ao ingresso da mulher no mercado de trabalho. Com isso, as tarefas que antes eram destinadas ao gênero feminino estão sendo cada vez mais compartilhadas entre o casal, embora ainda não seja a realidade de muitas famílias brasileiras. Também é interessante notar que os homens querem participar mais da gravidez de suas companheiras.
Quando o bebê nascer, por mais importante e necessário que seja o auxílio da família, o casal deve organizar a sua própria rotina para que possam dividir os cuidados com o bebê e demais tarefas, o que permite a ambos se sentirem responsáveis. A presença do pai na vida de uma criança é tão importante quanto a presença da mãe e os papeis devem ser complementares. Por isso, uma dica para as mães, que mesmo sem querer acabam limitando a participação dos pais: deixem-os aprenderem a ser pais e também donos da casa. Afinal ninguém nasceu sabendo cuidar de bebês e da casa. E se muitas mulheres tem mais habilidades para essas atividades que a maioria dos homens é devido a comportamentos aprendidos na infância, desde as brincadeiras até as tarefas específicas para cada gênero. A desconstrução começa quando há mudanças nas formas de pensar e agir.

Fonte: imagem do google


Janaina Muniz
 Psicóloga
CRP: 06/107044


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