domingo, 30 de abril de 2017

Bullying, depressão e suicídio: Qual a relação entre eles?

Fonte: imagem do google
Apesar do bullying ser uma prática de violência tão antiga quanto a instituição escolar, os estudos a seu respeito são recentes. Na Suécia, teve início na década de 70 e na Noruega, na década de 80. Já no Brasil, foi apenas em meados da década de 90 que tiveram início as primeiras pesquisas.
Portanto, se você é adulto e é daqueles que falam que na sua época ninguém morria por causa das "brincadeiras", talvez seja este o momento de refletir um pouco, já que a violência existia, mas a banalização era um dificultador para um olhar a respeito das consequências. E se hoje o tema tem bastante repercussão é porque existem estudos que conseguiram estabelecer um nexo causal entre as práticas de bullying e transtornos mentais.
Bullying é o termo utilizado para designar violência. Para que seja caracterízado o bullying, os atos devem ser praticados repetida e intencionalmente, sem que haja um motivo que os justifique; também existe uma relação de poder do agressor sobre a vítima, com o intuito de intimidar, amedrontar e denegrir a imagem da vítima.
Bully: Intimidar."Valentão" é o termo empregado para identificar o bully (agressor).
Além do agressor e da vítima, existem os intimidados, que se calam por receio de serem vítima e os expectadores que assistem e incentivam o comportamento do agressor. Em ambos os casos, existe o consenso com a prática do bullying, e estes também podem se tornar agressores diretos.


Fonte: imagem do google

O cyberbullying é praticado por meio da internet com o objetivo de humilhar e ridicularizar alunos, pessoas desconhecidas e até mesmo professores. Embora o ataque seja realizado de forma virtual, é um tipo de agressão que tem preocupado pais e professores devido à rapidez e descontrole com que os insultos se multiplicam e contribuem para denegrir ainda mais a imagem da vítima.

Fonte: imagem do google

Formas de bullying

Verbal: xingar, colocar apelidos ofensivos;
Física e material: bater, empurrar, furtar ou destruir objetos da vítima;
Psicológica e moral: chantagear, intimidar, difamar, discriminar, isolar, humilhar;
Sexual: insinuar, assediar, violentar;
Virtual ou cyberbullying: violência psicológica e moral que além de ocorrer presencialmente, pode ser extendida à internet, com uso de recursos tecnológicos como celulares, câmeras fotográficas e filmadoras,por exemplo.

Quem é o agressor? 

Algumas características do agressor são: impulsividade, insegurança, baixa tolerância à frustração e dificuldades em aceitar regras e limites. Famílias com pais negligentes ou severos contribuem para o comportamento agressivo dos filhos e, em alguns casos, podem torná-lo propenso a também sofrer bullying.

Quem é a vítima?

As vítimas escolhidas normalmente são crianças ou adolescentes com baixa autoestima, com dificuldades em se integrar nos grupos ou em atividades na escola, que possuem poucos amigos ou que são vistas frequentemente sozinhas,e que não demonstram muita resistência às agressões. Os pais dessas crianças e adolescentes geralmente são superprotetores, mas também podem ser negligentes e agressivos.

Castigos físicos ou ofensas como chamar a criança de burra, incompetente, comparando-a com o irmão ou outra criança dando a entender que ela não é boa o suficiente no que faz são exemplos de que o bullying começa em casa e que essa criança, além de não desenvolver autoestima, pode sofrer com consequências negativas em seu desempenho escolar por não acreditar na sua capacidade e vir a desenvolver ansiedade, agressividade, depressão, ideações suicidas que, em casos mais graves, podem desencadear tentativa ou concretização de suicídio.
Se você pratica ou já praticou bullying contra alguém, este é o momento para refletir acerca de suas atitudes e os prejuízos desencadeados na vida da vítima.
A escola deve fazer campanhas de conscientização sobre bullying e suas consequências bem como atuar em seu combate.
A família deve priorizar o diálogo e deve observar se a criança ou adolescente tem amigos, quem são e se conhece alguém que sofre violência na escola ou se ele é a vítima. No caso dos agressores, os pais ou responsáveis devem corrigir os comportamentos dos filhos por meio do diálogo, mostrando a importância de se colocar no lugar do outro, para que seja, aos poucos internalizada a empatia. Os castigos físicos além de não permitirem a reflexão acerca dos próprios comportamentos também são violência e só perpetuam a cultura da agressão,
É preciso questionar a qualidade das relações interpessoais dentro de casa, levando em consideração que a família é a principal referência para a formação do indivíduo Não é difícil encontrar crianças e jovens que são vítimas ou que praticam bullying sofrerem agressões de diversos tipos dentro do ambiente familiar.


Fonte: imagem do google

Se seu filho é vítima ou agressor ou se se você comete algum tipo de violência com seu filho e não consegue mudar, é hora de procurar um psicólogo.
Jovens, conversem com seus pais e não tenham medo ou vergonha de pedir a eles que o levem a um psicólogo, pois as consequências negativas também acarretam em prejuízos na vida adulta.




Janaina Muniz
Psicóloga
11 95146-6229 (whatsapp)
CRP 06/107044










sexta-feira, 7 de abril de 2017

Depressão na infância e adolescência. É preciso discutir e agir.

                                                Fonte: http://psiqweb.net/index.php/infancia-e-adolescencia/depressao-na-infancia/

O tema da campanha da Organização Mundial de Saúde de 2017 é depressão e eu escolhi discutir um pouco a respeito da depressão infantil,  que é um tema bastante sério e estudos tem demonstrado que o número de crianças e adolescentes que sofrem com esse transtorno mental vem aumentando.
Algumas pessoas mais velhas podem até ter algumas crenças como:

 Isso é frescura desses jovens de hoje.
 Essa juventude tem de tudo e não sabe dar valor.
 Na minha época a vida era muito difícil e jovem não tinha essas coisas.
 Isso é falta de trabalho. Hoje em dia jovem não pode trabalhar.
 Isso é falta de Deus no coração.

Infelizmente a depressão afeta crianças, adolescentes e adultos, com ou sem religião e o fato da pessoa exercer ou não uma atividade profissional não a isenta de sofrer com a doença, que é considerada incapacitante e que, em casos graves pode matar. Resumindo, depressão não é frescura e é preciso desconstruir o preconceito a seu respeito.
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), o Brasil tem 11,5 milhões de casos de depressão, ou seja, 5,8% da população sofre com a doença, que se não tratada, pode levar o indivíduo ao suicídio. O índice é o maior na América Latina e o segundo maior nas Américas, sendo o primeiro lugar ocupado pelos Estados Unidos com 17,4 milhões de pessoas que sofrem com o transtorno, o que representa, 5,9% de sua população. Em casos mais graves, pode levar ao suicídio, que já é apontado como a segunda causa de morte entre jovens com idade entre 15 e 29 anos.
Como o diagnóstico de depressão na infância e adolescência é recente, é possível pensar que muitos adultos que sofrem com o transtorno podem tê-lo desenvolvido antes da idade adulta e a falta de diagnóstico e tratamento pode ser um dos indicativos de taxa elevada da doença em adultos. 
Variáveis como hereditariedade, características do indivíduo e ambiente estão relacionadas ao desenvolvimento da doença.  Explicando de outra forma, a presença de depressão ou outros transtornos mentais nos pais ou parentes próximos, baixa autoestima e autoconfiança e ambientes onde a criança é negligenciada, sofre abusos físicos, emocionais e sexuais são alguns dos fatores de risco presentes.
Não é fácil, a príncípio identificar a depressão em crianças porque elas ainda não sabem descrever suas emoções como os adultos. Por isso, alguns sintomas físicos como dores de barriga e de cabeça e fadiga podem estar presentes, seguidos de outros sinais como:
  • Humor irritado ou deprimido;
  • Ansiedade de separação;
  • Redução do apetite e, consequentemente do peso;
  • Alterações no sono marcadas por pesadelos frequentes;
  • Perda de interesse por brincadeiras e convívio com outras crianças ou até mesmo adultos;
  • Desatenção elevada;
  • Dificuldades de aprendizagem;
  • Baixa autoestima e autoconfiança;
  • Medo excessivo, duradouro e persistente;
  • Sentimento excessivo de culpa e inutilidade;
  • Autocrítica elevada.
Algumas pessoas, ao lerem essa descrição podem pensar: “Meu (minha) filho (a)/sobrinho (a)/neto (a) tem depressão”.
Esclareço que existem outros transtornos da infância e adolescência com sintomas semelhantes e o diagnóstico deve ser realizado pelo psicólogo ou psiquiatra.

Depressão e suicídio na adolescência

                                                                Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=8Y_gI1fQ7iI

É comum o abuso e dependência de álcool e outras drogas e suicídio em adolescentes que não trataram a depressão na infância e é por isso que pais ou outros familiares que sejam responsáveis pela criança devem estar atentos e jamais minimizar as queixas e comportamentos da criança.
Lembrem-se que quanto mais cedo for o diagnóstico e tratamento, menores serão os prejuízos e as chances de um prognóstico favorável são maiores.


Janaina Muniz
Psicóloga
11 95146-6229 (whatsapp)
CRP 06/107044